segunda-feira, novembro 03, 2003

Excertos da minha crónica no Alô Sobrado

Intitula-se Atípico: A interminável guerra no Iraque, os incêndios do passado Verão, o processo Casa Pia e a judicialização da política (ou será antes a politização da justiça?), o artigo sobre Bragança na Time, uma comunicação social sedenta de sangue, as demissões dos ministros, o desatino do líder da oposição e daqueles que lhe querem tirar o tapete, os acidentes rodoviários (em especial os provocados por condutores que circulam em contramão), os julgamentos dos agentes de autoridade que alegadamente incorreram em actos de corrupção, os estudantes que protestam sem convicção, as autarquias que reclamam mais verbas do poder central, o poder central que reclama mais influência no seio da UE, os bons resultados da selecção nacional de futebol que teimam em não aparecer, a lista de desempregados que não pára de aumentar, a diminuição do poder de compra das famílias...
Paro por aqui porque o rol já é grande mas muito mais poderia dizer. A situação de Portugal neste início de século é, sem dúvida, estranha e só com bastante serenidade é que poderá ser ultrapassada.

No entanto,estamos em finais de 2003 e penso que perto do fim deste ciclo. Os indicadores económicos dão sinais de que Portugal pode iniciar a retoma desde já, o Euro2004 está perto de ser uma realidade, com todos os benefícios que daí advirão, a consolidação das contas públicas e o reflexo das reformas estruturais começarão a aparecer, o alargamento da União Europeia aos países de Leste irá constituir uma nova oportunidade e desafio aos empresários portugueses, o nascimento do TGV que, ao que parece, ligará primeiro o Porto a Vigo (a confirmar-se, será uma excelente escolha), entre outros. Este rol também já vai longo e mais coisas se poderiam também referir.
Agora, mesmo importante mas muito pouco falada é a questão da Constituição Europeia. O futuro da Europa está a ser definido por estes dias. A Conferência Inter Governamental vai avançando e, sem que nos apercebamos, está a mudar a configuração geo-política do continente. Se realmente se adoptar a Constituição de Valery-Giscard d’Estaing, todos os Estados perderão parte importante da respectiva soberania. Não será importante discutirmos todos sobre esta temática? Será que não temos uma palavra a dizer?
Perante o impasse, a responsabilidade é de todos: governantes, comunicação social e, principalmente, dos cidadãos.

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