sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Marrocos, a miséria

O que aconteceu no Norte de Marrocos é uma tragédia natural. Porém, o que lhe sucedeu é um exemplo de como o caos pode imperar num país. Ante o desastre as autoridades marroquinas não conseguiram coordenar a ajuda internacional que estava no terreno, obrigando a que grande parte da mesma tenha ido, ou esteja a ponderar ir, embora. Os grandes perdedores serão sempre as vítimas. Mas, que dizer de um Estado que não consegue assegurar e aproveitar a indispensável ajuda que lhe foi oferecida?

Manchester vulgar

Foi com imensa alegria que vi o jogo do Dragão na passada Quarta- Feira. Para fazer face à sobranceria bacoca dos ingleses, nada melhor que um verdadeiro banho de bola.
Já se sabe que as coisas não estão decididas quanto à eliminatória mas, esta vitória já ninguém nos tira.

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

A jornada

Parece que as coisas não correram bem aos clubes ditos grandes do Sul. Aqueles que se auto-intitulavam como a melhor equipa da Superliga não conseguiram mais do que um sofridíssimo empate em Barcelos. Os outros, os que ainda sonham ser campeões apesar do atraso, sofreram uma derrota justíssima pelo que não souberam demonstrar em campo.
Uns e outros levaram mais uma lição no sentido de aprenderem quem é que é o Campeão.

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

PSL

Aí está a confusão das presidenciais. Santana Lopes, em antecipação a Cavaco Silva, lançou a sua pré-candidatura.
É natural e acontece sempre nas presidenciais que haja cadidatos a tentarem impor-se. Mas, ainda falta tanto tempo. Entretanto, teremos as europeias, as autárquicas e só em 2006 é que chegarão as presidenciais, aliás, no mesmo ano das legislativas.
É claro que a atitude de PSL não ignora as sondagens onde Cavaco Silva tem o dobro das intenções de voto do que o actual autarca. A antecipação é que me parece exageradíssima e o PSD também acha, a julgar pelo resultado da última reunião da Comissão Política Nacional.

Luís Figo

Figo cumprirá hoje a sua 100ª internacionalização. A marca que deixa no futebol português é imensa. Mas, neste dia que lhe será tão especial, não posso deixar passar em claro que duvido bastante dos méritos do Figo enquanto jogador da selecção. Ninguém me convence de que ele não tira o pé, não corre o suficiente e, muitas vezes, nem sequer está para se chatear quando joga com as quinas ao peito.
Como ele, teremos também o Rui Costa.
Eu, como português, é que não posso aceitar que jogadores não esforçados representem a selecção em vez de outros.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Benfica-Porto

É incrível como o Benfica chega ao fim deste clássico sem um único amarelo. E então se pensarmos que eles o Argel chegamos a ficar arrepiados. Mas, parece que o discurso de Camacho ao longo da semana surtiu efeito - fartou-se de dizer que o Benfica nunca acabava um jogo com o Porto com 11 jogadores. Parece que o árbitro não quis correr riscos e, então não facilitou. Amarelos, só prós tripeiros.

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

O anúncio

Durão Barroso veio hoje anunciar que o Governo irá adoptar medidas de responsabilização do indivíduo no que toca a escolhas de vida alternativas.
Parece-me bem. Sempre que uma pessoa esclarecida opta por viver no limiar da degradação humana, não sei por que há-de o Estado substituir-se à sua própria pessoa.

terça-feira, fevereiro 10, 2004

BTT

O exercício físico está definitivamente na moda. E ainda bem que assim é pois significa que Portugal está a importar os bons hábitos de vida dos países mais desenvolvidos e que se está a apostar nos cuidados de saúde que se encontram ao alcance de todos. Nos países nórdicos, a prática de exercício físico é vista como algo quase obrigatório e válido para toda a gente, independentemente da idade.
E há muitas formas de nos mantermos em forma. Desde jogar futebol até praticar artes marciais, há um enorme manancial de modalidades ao nosso dispor. Eu escolhi, já lá vão 10 anos, praticar BTT (Bicicleta de Todo-o-Terreno), agora com o nome pomposo de Cross Country.
Desde então, tenho passado intensos momentos da minha vida montado na minha bicicleta. Sensações de vitória por conseguir fazer uma subida apetecível ou uma descida infernal, contemplação de paisagens só possíveis de alcançar fora do asfalto, momentos de salutar convívio e, às vezes, de alguma competição entre todos os betetistas e também os momentos de dor: dores musculares, quando já estou a abusar das minhas capacidades, e outras, quando as minhas capacidades não se revelaram suficientes para me manter em cima da bicicleta, o que acaba por se traduzir nuns arranhões e algumas distensões.
O mais negativo que encontro nesta modalidade deve-se a factores que lhe são externos. Desde logo, os praticantes de desportos motorizados todo-o-terreno. Não conseguem compreender que os trilhos podem ser utilizados de forma a que toda a gente que por eles circula o faça em segurança; não conseguem sequer compreender a regra tácita das prioridades que nos diz que, primeiro se respeitam os peões, depois as bicicletas e só depois é que vêm os veículos motorizados. Mais grave: nunca quis que me deixassem passar à frente. Sempre que avisto um grupo de motoqueiros, faço questão de libertar o trilho o mais possível. Como agradecimento, grande parte deles, ao passar, coloca o pneu traseiro na minha direcção e acelera numa tentativa de me atingir com terra e pedras. Eles também gostam de organizar umas provas em circuito o que seria uma excelente prática não fosse o facto de deixarem os trilhos num estado lastimável e de se esquecerem de retirar as marcações de plástico que usaram na delimitação do percurso.
Outro dos grandes perigos vem da parte dos caçadores. A fome de atirar é tão grande que, às vezes, vai chumbo para tudo o que mexe. Exemplificando, já vi um caçador a atirar em frente e a baixa altura, na direcção do caminho para, supostamente, um animal; quando lá chegámos, percebemos que, por pouco, não havia atingido um outro caçador. Numa outra ocasião, um caçador frustrado por se aperceber que o que se mexia na sua direcção não era um bando de pássaros a abater mas, antes um grupo de betetistas “avisou-nos” que devíamos ter mais cuidado – ora vejam só, nós é que deveríamos ser mais cuidadosos!?
O que acima está escrito não vincula todos os motoqueiros, nem todos os caçadores, nem todos os betetistas. Em todas as modalidades há quem respeite e quem não o faça. O padrão é este mas isso não invalida que eu já tenha presenciado situações lamentáveis por parte dos meus colegas e louváveis por parte dos motoqueiros. Continuo a acreditar que é possível que todos os que utilizam os trilhos o façam da forma mais harmoniosa e segura. Para que todos saiamos a ganhar.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Ainda a camisola de Rui Jorge

Apenas algumas interrogações:
- Alguém está a ver Pinto da Costa agachado atrás de Mourinho a dizer: "é verdade, é. Eu concordo com tudo o que este senhor está a dizer."?
- Se queriam troca de camisolas, por que não o fizeram no relvado?
- Se é verdade que o roupeiro do Sporting sofre de um atraso mental, quem o mandou à cabine do Porto para trocar logo a camisola de Rui Jorge?
- Se o Sporting tem as imagens que "tudo comprovam" por que não as divulga?

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Despenalizar

Segundo relatório da OCDE, Portugal é o país da UE com maior taxa de consumidores de drogas duras e, talvez consequentemente, com mais pessoas infectadas com HIV. O que traz prejuízos enormes para sociedade, nomeadamente nas áreas da saúde e da segurança.
Há 4 anos, os deputados da Juventude Social Democrata na Assembleia da República apresentaram uma proposta de lei, que viria a ser chumbada, de despenalização do consumo de drogas ditas leves (cannabis e seus derivados) com vista a controlar o fenómeno. É claro que essa proposta não descurava a prevenção primária que terá que ser sempre o pilar de qualquer política de combate à toxicodependência.
Na altura, como agora, achei necessário que se avançasse com uma medida desta natureza porque:
- em primeiro lugar, não está provado que a cannabis provoque dependência entre os seus consumidores. Aliás, os seus efeitos sobre a saúde são menos nocivos do que os causados pelo legal tabaco;
- depois, porque seria a melhor forma de contornar as práticas aliciatórias dos traficantes que, actualmente, transformam consumidores ocasionais de drogas leves em consumidores assíduos de drogas duras. É sabido que os traficantes adoptam práticas concertadas de, durante um determinado período de tempo, não venderem drogas leves para forçarem os consumidores a “dar o salto” para substâncias altamente prejudiciais e viciantes como são o caso da cocaína e da heroína.
Despenalizar não significará mais do que responsabilizar o indivíduo, pondo-o simultaneamente a salvo da perniciosa influência dos traficantes.

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

A preparação

É assim que o nosso país se vai preparando para receber o Campeonato Europeu de Futebol. O que se passou em Guimarães é o que estamos habituados a ver na América Latina. E personifica o que de mais rasca há no desporto.
Ainda bem que este é um fenómeno que, mais ou menos, se circunscreve ao futebol. E ainda bem que muitos outros desportos. Pena é que tenham muito menos impacto mediático pois, se assim não fosse, a ideia que tenho de Portugal e dos portugueses seria, é certo, bem melhor.

As greves

Para 11 de Março, invariavelmente uma Sexta-Feira para fim de semana prolongado, mais uma greve. Será que Carvalho da Silva não consegue arranjar outra forma de fazer campanha à liderança do PCP senão convocando greves?
É graças a ele e às suas leviandades que muitos cidadãos querem trabalhar, ter direito a uma tão esperada consulta ou operação e se vêem forçados a não o fazer. E depois, com que direito vem falar do estado da saúde quando ele e os seus são os principais responsáveis pela paralização e inércia do sector?
Nem sequer disfarçam. Já repararam no orgulho que exibem quando informam: "neste hospital, hoje, não foram realizadas operações nem se deram consultas." Hip Hip Hurra. Pacientes fizeram dezenas de quilómetros (os mesmos que terão que fazer dali a meses) para poderem ter aquele episódio de saúde por que esperavam há anos e, ironia, não será desta. Sindicalistas: "é mesmo isto que eu gosto nestes dias - paralização total". Até a dos respectivos cérebros.

A vergonha

Foi miserável o que aconteceu em Alvalade no passado Sábado. Numa altura em que tanto se falava em fair play, viu-se o que valem as palavras de circunstância.
Pior só a comunicação social: conseguiu transformar um jogo em que Lucílio Batista, mais uma vez, pegou no Sporting ao colo num em que o Porto foi muito favorecido. Não se falou na injustiça do cartão amarelo a Deco (a falta foi normalíssima); não se falou nas inúmeras faltas (algumas bem violentas) de que foram alvo Pedro Mendes e Maciel; não se falou da defesa de Beto com a mão a um remate de Deco à entrada da área; até se conseguiu que um penalti inexistente fosse significado de um perdão ao Porto por não ter expulso o Paulo Ferreira.
Dias Ferreira, acérrimo sportinguista, afirmou: "o lance do 2º penalti é um erro enorme do árbitro com manifesta influência no resultado."
O caso da camisola rasgada e etc. é um exercício degradante provocado por um dirigente degradante e que ainda por cima se acha um must.