Tudo uma questão de coerência!

Com a decisão de hoje, o Sr. Presidente da República provou ao país ter as condições de um verdadeiro estadista. Não cedendo às chantagens de alguns, tomou a decisão que entendeu ser a mais correcta e aquela que melhor defende os interesses da Nação.
Por outro lado, demonstrou ser coerente com aquilo que havia feito em Dezembro de 2001, aquando da saída de Guterres. Ou seja, de duas saídas Sampaio optou pela única que lhe era possível. O meu aplauso.
Já Ferro Rodrigues é que meteu o pé na argola. Demonstrando um sentido estratégico apuradíssimo, voltou a assumir como desígnio imperioso defender uma causa perdida. Comunicou a sua decisão, curiosamente, num discurso eonde também criticou Durão Barroso por não levar o seu mandato até ao fim. É impressionante a volatilidade das palavras e dos argumentos para certas pessoas.

Eleições antecipadas?

A actual situação política portuguesa é caricata. De todos os quadrantes da esquerda surgem as pressões para que se convoquem eleições antecipadas. Só ponho uma questão: em 2002, aquando da demissão de António Guterres, o Sr. Presidente da República tentou que o PS formasse um novo governo para evitar convocar novas eleições; na altura, e segundo palavras do próprio António Guterres, vivia-se uma situação de pântano político. Agora, que Durão Barroso se vai embora para a Comissão Europeia, cargo prestigiado, e em que há uma maioria absoluta no parlamento (o que confere estabilidade), por que há-de o Sr. Presidente da República ser incoerente consigo próprio?

Não deu...

Pois é. Só faltava mesmo a vitória na final.
De resto, desde o desempenho desportivo ao espectacular envolvimento da população, tudo correu pelo melhor.
Portugal deu uma tremenda demonstração de rigor e excelência.