sábado, março 31, 2007

O Chumbo

Tribunal de Contas chumba os sucessivos Governos por gastos considerados exacerbados, quando não ilegais. É claro que o Governo, pela voz de Jorge Lacão, atirou-se violentamente ao Relatório mas, factos são factos: este é o Governo que mais tachos criou no que toca aos gabinetes do Primeiro-Ministro. Numa altura em que se pede contenção aos portugueses, torna-se indefensável tamanho despesismo, por mais violentas que sejam as reacções do status quo.

sexta-feira, março 30, 2007

De novo por cá

Passados 6 anos desde a última visita, os WRC do Campeonato do Mundo de Rally voltam a acelerar por cá. Não é que eu pense que Portugal fica imensmente rico com isso - bem sei que há um incremento importante para a economia com resultados imediatos e, mais importante, de divulgação do nosso país. O problema é, contudo, este segudo tipo de benefícios. Ontem, ainda antes de ter começado, o Rally já fazia vítimas. 5 pessoas, entre os quais um espanhol e um alemão foram colhidos por Armindo Araújo quando se encontravam numa "no go zone". Ou seja, os portugueses são pródigos em cativar os estrangeiros. É normal contrariarmos as normas vigentes, muitas vezes orgulhosamente, achando que elas foram feitas para os outros já que nós, prodígios de responsabilidade, temos sempre a situação controlada.

Esta falta de respeito por nós e pelos outros já é histórica entre as vítimas que fez e nos custos de imagem que provoca. Nos rallies, em particular, já fomos punidos várias vezes e estou em crer que continuaremos a ser, pelo menos enquanto não mudarmos de atitude.

Vamos ver como decorre o resto da prova, espero que sem tristes ocorrências, para que sobreviva este novo rally da Acrópole, versão portuguesa - da Acrópole porque perdeu a identidade que tinha no que toca aos troços.

quinta-feira, março 29, 2007

Maior português?

Já sei que não passa de um concurso televisivo e que, mesmo em países como a Inglaterra ou Espanha, os resultados traduziram um certo escândalo se vistos com bom senso. Mas, acho mesmo que vale a pena dar atenção ao fenómeno.

Quase metade dos votantes que pagou para ter uma opinião (não votei em ninguém) esolheu o "botas" de Santa Comba. Ironia das ironias, já Ricardo Araújo Pereira tinha chamado a atenção, foi eleito quem sempre fugiu à democracia. A verdade é que o resultado não foi tão difícil de prever quanto isso: em post aqui publicado a 27 de Outubro já fazia eu essa estimativa.

O resultado em si traduz, em grande parte, uma das últimas "obras" de Salazar - a falta de educação que nos legou permite que o comum dos tugas não faça a mínima ideia de quem foi D. João II, para além de rei, nem sequer foi sensibilizado para a beleza da Mensagem de Pessoa. Um povo culto, para Salazar, era "ingovernável", pelo que distribuiu o analfabetismo com mãos largas e consequências agora visíveis.

Mas, a análise dos resultados não se devem quedar pelo vencedor. Álvaro Cunhal ter ficado em segundo, mesmo no top ten, é sintomático de que houve um eleitorado comunista que, tão militante como os outros, desatou a votar nele para contrapôr os votos em Salazar. É inegável a tenacidade e a crença naqueles que foram os seus princípios numa era bem localizada no tempo. Mas, daí a ser considerada a segunda figura de proa do nosso país...

Pensemos assim: ao receber um turista estrangeiro, iria falar-lhe de Salazar ou de Cunhal? Ou antes do inventor do mundo globalizado D. João II ou do nosso grande poeta Camões? A resposta para mim é óbvia, e fica por cá a discussão.

quarta-feira, março 28, 2007

Um imbecil chamado Scolari

Portugal não foi além de um empate na Sérvia. Até se aceita que a Sérvia tem uma selecção forte mas, depois de se ver o jogo, fica a nítida sensação de que Portugal é superior e tinha obrigação de ir à procura da vitória.

Acontece que o nosso seleccionador continua apostado em manter a sua tremenda condição de imbecil e voltou hoje a prová-lo. Primeiro, deixou Quaresma no banco - este que tinha sido considerado o melhor jogador em campo no jogo contra a Bélgica. Depois, fez a primeira substituição quando já passava dos 70 min. de jogo, e sem alterar a estratégia. Trocou Miguel, lesionado, por Marco Caneira. Mas até aqui mostrou o seu rasgo de genialidade ao manter Paulo Ferreira, defesa direito, na esquerda e pondo Caneira, defesa esquerdo, na direita... Ainda trocou Moutinho por Raúl Meireles e, a 7 min. do fim, Nuno Gomes por Quaresma. Era para o Quaresma fazer alguma coisa? É claro que a sua entrada em campo não foi melhor do que inócua, mas isso não impediu que os comentadores da RTP apelidassem de "desastrosa e desconcentrada" tendo-lhe ainda atirado um "não acerta uma". Scolari anteveria outra coisa que não isto?

50 Anos - All together

No aniversário dos 50 anos do Tratado de Roma, e quando se esperava que a Presidência alemã desse sinais de querer reforçar a identidade europeia, tivemos mais um flop - assinou-se apenas um documento de intenções em que os governantes dos países membros se comprometem a alcançar, até 2009, uma nova base de princípios orientadores da União.

Ou seja, neste quinquagésimo aniversário, o facto mais importante e a realçar é mesmo o da adesão de mais 2 membros: Bulgária e Roménia. Cada vez mais difícil continua a ser a não-adesão da Turquia. Até quando durará a paciência turca antes que se massifiquem os sentimentos indesejados de anti-europeísmo? Não estaremos a perder uma oportunidade de penetrar no mundo islâmico obtendo, por essa via, um contacto privilegiado para influenciar decisivamente o Médio Oriente pela base não-bélica?


A crise institucional por que passa a UE, no momento, poderá ser ultrapassada com coragem e resultados. Acho um erro estar-se a colocar o enfoque na Constituição Europeia quando aquilo que verdadeiramente interessa os europeus são as questões do financiamento, do alargamento e da política externa da União.

quinta-feira, março 08, 2007

Porto fora

Em Londres, o Porto até poderia ter ido mais longe. Tudo bem que o frango de Hélton desmoralizou, e que a falha defensiva do segundo golo poderia ter sido evitada, mas a verdade é que uma equipa que pretende passar aos quartos de final não pode passar 75 minutos sem rematar à baliza.

Vamos agora ver como se portam Benfica e Braga, os restantes representantes.