terça-feira, fevereiro 19, 2008

Azul Pálido

Hoje à noite, em Gelsenkirchen, o Porto perdeu frente ao Schalke 04. Pior: realizou uma exibição muito macia frente a um adversário que, por várias vezes, mostrou ser bastante acessível.

O principal problema, a meu ver, foi a ausência de defesas laterais. João Paulo (essa grande contratação) nem desfazer jogo sabe, quanto mais construir; e Fucile, em noite para esquecer, apenas estabilizou quando Jesualdo o atirou da esquerda para a direita. Lizandro, sempre ele, foi o mais inconformado - e era vê-lo correr, aos 90 minutos, a tentar recuperar bolas a meio campo. O problema era o próprio meio-campo, com Lucho a evitar o confronto directo, a ser constantemente ultrapassado e sem capacidade de efectuar os passes "a rasgar" a que nos habituou.

Bosingwa, lesionado ao serviço da selecção, num amigável, faz mais falta do que parece. O Porto sem ele perde eficácia e profundidade e fica com um jogo mais previsível.

Contudo, os quartos de final continuam perfeitamente ao alcance dos portistas. Basta ter Bosingwa e um pouco mais de garra.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

A quem interessa?

José Ramos-Horta, Presidente de Timor Lorosae, foi barbaramente atingido por armas automáticas enquanto fazia o seu jogging matinal.

O atentado, perpetrado por Alfredo Reinado, abatido durante o ataque, vem agravar a já frágil democracia timorense. Pouco depois, também a caravana de Xanana Gusmão haveria de ser emboscada. Numa época de definição, onde se jogam os muitos interesses ligados às explorações em território timorense de petróleo e gás natural, não é fácil ser-se estadista. E a posição de Ramos-Horta, quase equidistante face á trilogia Austrália/Portugal/Indonésia, não lhe tem trazido vida fácil, principalmente quando se compara com o seu Primeiro-Ministro, completamente pró-australiano.

No ataque de ontem, o Presidente foi assistido, em primeira instância pelo portuguesíssimo INEM, tendo sido a GNR a primeira força policial a chegar ao local. Pelos vistos, os australianos têm mesmo outro tipo de interesses no território e nem mesmo o afastamento da GNR das zonas-chave de Díli lhes permitiu manterem-se focados no que é essencial - manter a segurança no território.

O Desafio

Manuel Alegre foi desafiado e respondeu, bem.

Aos seus críticos, que desejam calá-lo como oposição interna às políticas deste Governo, Manuel Alegre respondeu que, se o desafiarem a candidatar-se, ele não se irá candidatar ao PS mas, ao país. Não tardou a resposta de Vitalino Canas - o porta-voz socialista apareceu imediatamente a afirmar a validade do deputado e a sua importância para o PS.

Parece que o homem de Águeda assusta mesmo o seu partido. Ele já provou o que vale, em termos eleitorais, e parece que o PS sabe que, caso Alegre se candidate em legislativas, bem podem dizer adeus à maioria absoluta.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Brincar com coisas sérias

http://www.youtube.com/watch?v=n3UP08vnhyE

Neste link, e para quem já escutou a conversação entre o INEM e os bombeiros de Favaios e Alijó, pode-se encontrar uns minutos completamente hilariantes. É do melhor que já vi a Ricardo A. Pereira.

Quanto ao caso real que lhe dá origem, apenas se comprova a negada inexistência de uma rede de transporte de doentes urgentes. E quem se espanta? Depois de todos os ataques que o interior de país tem sofrido, quem pode pedir que ainda restem voluntários suficientes para assegurar uma rede de socorro? A culpa não é certamente do bombeiro de Favaios que, sozinho, se viu diante de uma operação complicada - antes devemos assacar responsabilidades a quem retira quaisquer condições de se sobreviver no interior do país.

Vá para a sua terra!!!!

Maria José Morgado, essa figura, veio afirmar que o caso da agressão ao Vereador Bexiga apenas foi arquivado devido à incompetência dos investigadores do Porto. Ou seja, estes parolos do Norte, sempre subservientes ao poder desportivo e político, deixaram-se ultrapassar e deixaram cair a investigação. Veio a "Super-Procuradora", mas já nada pôde fazer.

Sra. Procuradora, acaso já se lembrou de se preocupar com os casos da Casa Pia, do Parque, de Camarate, do fax de Macau, da UGT...? É que os episódios de incompetência da Justiça, em Lisboa, são tantos e tão flagrantes que logo haveria a figura de se virar para o Porto?

Vá para a sua terra que, cá, ninguém a encomendou, nem, muito menos, faz cá falta.

A foto portuguesa, vencedora


Esta fotografia ficou em terceiro lugar do World Press Photo, na categoria de Desporto.
É da autoria de Miguel Barreira, fotógrafo do Record, e imortaliza da melhor maneira o vôo de Jaime Jesus, um bodyboarder da Figueira da Foz. O mar da Nazaré, revolto e assustador, parece puxar Jaime Jesus para si - resta-lhe voar.
A fotografia, cujo plano sugere o de um pássaro, foi obtida a partir de um dos famosos morros da Nazaré. Confere a Miguel Barreira o estatuto de 2º português premiado no World Press Photo - o primeiro havia sido Eduardo Gageiro, com um retrato de Spínola.

A Guerra, como vencedora

A guerra vence novamente o World Press Photo. Desta feita, pela objectiva de Tim Hetherington, fotógrafo da Vanity Fair.

Ligeiramente desfocada, a imagem, carregada de dramatismo, mostra um soldado americano que descansa num bunker, no Afeganistão. E este cansaço remete-nos para a saturação que estas guerras sem fim causam em todo o mundo.

domingo, fevereiro 03, 2008

O único

O FC Porto foi, dos 3 primeiros da Liga, o único a conseguir vencer o seu jogo desta jornada. Benfica empatou em casa, o Sporting perdeu, fora, frente ao Belenenses.
Durante a semana, Ed Carlos afirmou "8 pontos? Isso não é nada!". E 10?
Quanto a Paulo Bento, ele começa a afirmar-se como um verdadeiro caso de resistência e tenacidade. Já se esgotaram todas as desculpas e até o balão de oxigénio que foi a vitória sobre o Porto não chega para disfarçar a crise.

Ontem, por cortesia de um amigo, tive oportunidade de assistir ao jogo no Dragão. Sem acrescentar nada de relevante, apenas uma nota para Lizandro López - o melhor jogador desta Liga. Irrequieto, talentoso, joga e faz jogar. Mas a sua principal qualidade é a objectividade - tem na baliza o objectivo máximo e tudo faz para que a bola lá chegue. É um regalo para a vista.