terça-feira, abril 03, 2007

Para ler e reflectir

A revista National Geographic dedica grande parte das suas páginas a um tema que devia ser caro a todos os portugueses: "A Crise Mundial das Pescas". Nós somos os maiores consumidores de pescado da Europa, com mais de 57Kg, por pessoa, por ano, e os quartos maiores, a nível mundial.

Acontece que os mananciais de muitas espécies estão a ser reduzidos de forma drástica e calamitosa, caso não se invertam tendências. A Nova Zelândia já compreendeu este problema há mais de 30 anos. Lá, foram criadas reservas onde a pesca é, pura e simplesmente, proibida. Com isso, ganharam em turismo pois a curiosidade no estudo e visita dos ecossistemas agora equilibrados, com actividades como mergulho permitiram incrementar a economia local, não pondo sequer em risco aqueles que dependiam da pesca - as reservas funcionam como viveiros que abastecem as áreas circundantes às zonas de pesca proibida. Em Portugal, e no âmbito do programa Natura 2000 da Comissão Europeia, vão-se esboçando os primeiros esforços no mesmo sentindo. Estão circunscritos à Ilha do Corvo, Açores, mas podem bem ser um feliz começo.

Vale a pena ler o artigo todo mas, para quem quiser, pode consultar um excerto aqui.

6 comentários:

D. disse...

o problema de portugal é que parece que nunca se faz nada para proteger o nosso património natural. todos os anos destroem-se espaços vitais da natureza nacional para construir coisas que não fazem sentido.

Marco disse...

Principalmente para um país que diz ter o Turismo como desígnio e fórmula de desenvolvimento...

Anónimo disse...

Realmente é um bom começo, mas não creio que seja uma boa solução, uma situação desta envergadura não se resolva apenas com"duas ou três" medidas, é necessário uma educação/ sensibilização das populações. É uma medida que leva tempo mas que costuma dar bons resultados. já está a tardar...

Anónimo disse...

já agora apoveito para falar de um doc que vi no passado sábado ( 14 de abril) na dois. Falva sobre a pesca da perca num dos países mais pobres do mundo ( Tanzania). é a base económica daquela população, que pesca em condiçoes indescritiveis ( completamente arcaicas) um peixe que destruiu o ecossistema mas que deu uma lufada de ar fresco a meia duzia de empresários. Num país onde morrem cerca de 15 a 30 pessoas por mes ( em aldeias de 300 pessoas) com sida, e o numero de orfãos a viver na rua é megalomano, a fome alastra enquanto os europeus comem filetes de perca e ignoram o que se passa no lago de onde o peixe vem... Podia continuar a descriçÃO mas acho que já dei uma ideia...
em muitos casos as populações também precisam ser salvas.

Marco disse...

É um facto Fábia. Infelizmente isso acontece com vários produtos. O mundo ocidental vai mantendo o seu nível de vida à custa de muita miséria e sofrimento - veja-se o caso dos diamantes de sangue...

Anónimo disse...

Embora possa parecer pouco ortodoxo compreendo e aceito de certa forma as condicionantes de mercado, ou melhor a lei do mais forte ( neste caso a nossa) o que não aceito nem concordo é o facto de a população " forte" ser mantida na ignorancia do que se passa nos arredores( e que o banco mundial e os fundos mundiais continuem a dar migalhas a quem precisa mesmo).Numa das partes do doc, via-se uma conferencia de imprensa do fundo mundial, na qual falavam das excelentes condiçoes de pesca e da maneira como estão a ser utilizadas para combater a fome e a probreza. Foi feita numa varanda e ao fundo na rua, viam-se miúdos (orfãos) a correr atrás de um camião de carcaças de peixe ( tentando roubar algumas) para comerem. Em que mundo estamos? è claro que já nem menciono o tráfico de armas para angola e para o congo, de mulheres de crianças, de escravos, de prostitição etc etc etc...