sexta-feira, outubro 22, 2004

O que ando a ler II

"O Amor nos Tempos de Cólera" de Gabriel García Márquez

"Ela tinha descoberto, a pouco e pouco, a incerteza dos passos do marido, as suas mudanças de humor, os seus lapsos de memória, o hábito recente de soluçar a dormir, mas não os interpretou como sinais inequívocos da oxidação final, mas sim como um regresso feliz à infância. Por isso não o tratava como a um velho difícil mas como a um menino senil, e esse engano foi providencial para os dois, porque os salvou da compaixão."

1 comentário:

Anónimo disse...

Que passagem tão bonita!
Acho que a compaixão ainda que seja um nobre sentimento, um dos mais elevados na escala da maturidade humana, não dignifica uma relação.
Por isso, o engano foi tão providencial...