segunda-feira, março 08, 2004

Ainda a "revolta" de JV

Face à resposta que mereci de JV no Confronto, não passo sem responder.
Realmente, JV tem estado desatento quanto à atenção que dedico ao Blog de que é co-autor. O Confronto é minha leitura diária e já por diversas vezes comentei posts de ambos os autores. É claro que DTG deu relevância ao facto; JV nunca se dignou a responder, mesmo quando directamente interpelado.
JV não conseguiu rever-se em nenhuma das minhas palavras, nenhuma! Oh inclemência! Será que é difícil aceitar que o Porto dignificou a imagem de Portugal no jogo contra o Manchester?
Mas, ainda discordando, não rebateu nenhum dos meus argumentos, e repito, NENHUM.
Por entre a cólera, foi atirando que tudo se devia ao facto de se ter falado de futebol. Pois bem, nunca fui um fanático do desporto rei. Vou acompanhando a minha equipa, sempre pela televisão (pois o preço dos bilhetes é PARA MIM inalcançável), e nunca na minha vida comprei qualquer jornal desportivo. Ou seja, dedico pouco tempo ao futebol. E JV até sabe que tenho outras actividades, que pretendo que sejam de carácter social, e que, essas sim, ocupam grande parte do meu tempo disponível.
É claro que a defesa barata seria dizer: "fala-se em futebol... E pronto!". Que facilmente traduzo por: "estou eu aqui na representação dos elevados valores intelectuais para vir estes rafeiros ousarem discordar no único assunto em que se sentem à vontade!".
Uma defesa consistente seria a de rebater aquilo que eu disse: só isso elevaria a discussão e, penso, ainda vai acontecer.
E será preciso recordar que o que motivou o meu post nada teve que ver com futebol, na sua essência? Porque se tivesse, então teria que explicar a JV a importância histórica do jogo como veículo democrático, por exemplo. Ou dizer-lhe que o futebol proporciona fenómenos de e/imigração consistentes e perfeitamente aceitáveis pelas diversas comunidades. Tudo e muito mais há para dizer. Mas, apenas e só quando JV não confundir uma resposta com uma afronta; quando aceitar a opinião dos outros como sendo tão válida quanto a sua; quando conseguir olhar de frente alguém que não pensa como ele; quando, sem receios, se dispuser a ouvir mesmo antes de atirar o que quer dizer.
Continuando, chega a parte da "Maioria". Pois não poderia escolher pior "ponta para pegar". À parte a barata conotação política que penso existir, apenas me cumpre esclarecer que nunca traí os meus princípios em troca da popularidade que a opinião pública pode conferir (isso está patente nos artigos que já publiquei). Mas, como verdadeiro democrata, nunca desdenho da opinião maioritária. E nunca, mesmo quando discordo dela, irei achar superior a minha forma de pensar em relação à da maior parte das pessoas.
Nunca tencionei dar lições de nada. Mas, também nunca vi que para se dar lições era preciso ser-se um ser superior (e já viram como é recorrente esta altimetria humana?). No fundo, trata-se de perspectivas diferentes de encarar as relações interpessoais. Valorizo toda a gente da mesma forma. Dou tanta atenção a um dos meus professores catedráticos como a um analfabeto que me fala da sua vida de pastoreio em Trás-os Montes. Com ambos aprendo.
Concluo agora, à espera de uma verdadeira resposta. Nessa altura poderei entrar no campo da verdadeira discussão.

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