Fui dos 50 mil que pagaram bilhete para ver o filme Balas & Bolinhos. Confesso que, antes de ver o filme, tinha a minha expectativa elevada. A crítica por parte dos meus amigos era boa e, afinal de contas, grande parte das cenas havia sido rodada em Valongo e nas serras adjacentes, território que me é bastante familiar.
A cena inicial colocou-me as expectativas ainda mais elevadas. Realmente, com uma música bem escolhida, aquilo que nada mais retratou senão um roubo por esticão, resultou numa cena bastante cómica e bem filmada. Contudo, e à medida que o filme ia avançando, comecei a ficar desiludido. Os diálogos eram péssimos. E não era só o exagero dos palavrões. Era um permanente recalcar de expressões e tiques numa tentativa desesperada de dar carisma às personagens.
“Rato” foi o que melhor desempenho teve. Contudo, perdeu ao tentar colar-se ao estilo de Fernando Rocha perdendo a oportunidade de se afirmar como a única personagem bem construída do filme.
É claro que gostei de ver o Fojo das Pombas (Gruta do Pirata), que gostei de ver actores que conheço porque são desta terra. Ainda assim, esperava mais da produção, mesmo sabendo do seu amadorismo.Percebo o fenómeno de bilheteiras mas, sinceramente, não sendo eu de Valongo, e estaria agora a chorar os €3 que dei.
6 comentários:
Mas porquê esta crítica tantos meses depois de o filme sair de cena?
É simples, caro Zé Carlos. À saída do cinema, e perante a crítica de quem me acompanhou, pensei ter "falhado" o filme. Era o único a não ter gostado.
Esta semana, vi o filme de novo na TV Cabo, constatando que a minha percepção até saiu reforçada.
Nasci Valongo, tenho 36 anos e estou em Londres, há 7 anos a trabalhar no ramo Hoteleiro.
Vi o filme que fala há três semanas num jantar com outros portugueses e amigos ingleses.
Quando vi o filme fiquei abismado porque era a minha terra que revia, grande surpresa!
O filme é hilariante e o sucesso foi fenomenal, mesmo os ingleses adoraram,(o filme tinha legendas em inglês!) que me levou a tentar saber mais sobre o filme e sobre as opiniões que gerava.
Quem fala assim de um filme que chega pelo menos até LONDRES com imagens de Valongo a minha terra é triste.
Sobre os palavrões, se fosse o Robert de niro a mandar umas "larachas" ou o Tom Cruise, aí já era porreiro.
Mas como aqui agora e à distância vejo, continuamos a ser aquilo que sempre nos caracterizou... pequeninos.
Cumpr.
Rui Pereira
Caro Rui, a verdade é que aquilo que nos torna mais pequenos é a insistência em valorizar tudo o que é da nossa terra, apenas porque é da nossa terra.
Bem sei que, estando em Londres, vê as coisas com outros olhos, mas terá que entender que a mediocridade não deve ser valorizada, em circunstância alguma.
Quanto aos palavrões, serão sempre aceitáveis nas doses correctas, independentemente de quem os profere. A sua escolha (Tom Cruise ou de Niro) é que é infeliz. Com certeza nunca me ouviu confessar como fã das vedetas ou dos filmes de Holywood.
Grande abraço, e continue atento às notícias da terra.
Bem, acho que o Marco ganhou nesta discussão. O caro Rui não sabe ripostar? Ou será impressão minha?
eheheheeh... isto tresanda a dor... aquela dor normalmente apelidada de... cotovelo.
ehehehehe
Enviar um comentário