A revolução que a semana passada aconteceu entre-portas no Rivoli Teatro Municipal não deixou ninguém indiferente. Abriu telejornais, foi capa dos diários e a rádio não se cansava de ir debitando, hora a hora, o estado dos manifestantes que ocuparam o espaço.
Reflectir sobre os motivos do protesto será talvez um exercício demasiado extenso para a importência que lhe quero atribuír. De qualquer forma, não quero deixar de dizer 2 coisas:
1 - Não é admissível que um qulaquer executivo camarário abdique de investir na Cultura, porque é disso que se trata. Querer que o sector cultural dê lucro significa desistir de uma programação verdadeiramente enriquecedora para a população;
2 - Investir na Cultura não corresponde exactamente a financiar 1, 2 ou mais companhias artísticas que revelam uma crónica incapacidade, ou até vontade, em conseguir financiamento próprio que lhes permite desenvolver uma actividade para lá daquela que todos temos que pagar, mesmo os que não são consumidores. Por outro lado, é conhecido que o Porto tem uma tendência revolucionária - ao longo dos tempos, os exemplos têm sido muitos no que toca à abnegação na defesa dos seus direitos. Este património não pode ser, contudo, desbaratado por uma companhia de Teatro, o Teatro Plástico, que, ao ver a sua subsistência ir embora resolve, qual Manuel Subtil, barricar-se num edifício público numa acção que, além de ilegal, em nada defende ou prestigia a cidade.
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