Sarkozy, que venceu a 1ª volta, apresenta-se a este segundo round com uma estratégia de corredor solitário. Já Segolène Royal tenta captar os votos de toda a esquerda enquanto pisca o olho ao eleitorado do centro não hesitando em pedir os votos dos mais de 7 milhões que votaram em Bayrou. O eleitorado deste centrista, que recusa dar indicação de voto, pode ser a chave para o desfecho eleitoral.
Mas, e qual o melhor candidato? Tirando as infelizes atoardas de Sarkozy enquanto Ministro do Interior na revolta das "banlieus", no ano passado, a verdade é que o seu trajecto, o seu programa e a sua atitude revelam-se pouco prometedoras para a França do Estado Social, para a França como motor da Europa. Segolène, por oposição, tem um discurso mais fresco, desinibido e pró-europeísta, em suma, mais consentâneo com o modelo político que a UE necessita.
Num debate com Bayrou, já após a 1ª volta e de pertinência discutível, Segolène veio advogar um salário mínimo para a Europa, como forma de limitar as deslocalizações. Como conceito, a proposta não é má. Mas cai por terra desde logo pela dificuldade de estabelecer o mínimo salarial - nem a candidata soube dar uma resposta aproximada quando instada pelo seu oponente - e porque só iria limitar deslocalizações entre membros da UE.
Vencedora antecipada é já a democracia francesa. Na 1ª volta, foram mais de 80% os votantes, o que constitui uma excelente notícia nestes tempos de descrença e alheamento dos cidadãos.
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