"Cão como nós" de Manuel Alegre
(É possível que o meu pai também ande por aí. Às vezes sinto-o dentro de mim, ele apodera-se dos meus próprios gestos, entra no meu andar, não é a primeira vez que a minha irmã me diz: "Pareces o pai".
Mas não sei se ela sabe que a cadeira vazia do pai não está vazia, há nela uma ausência sentada e agora, sempre que vamos a Águeda, há, a seus pés, outra ausência enroscada.)
Sem comentários:
Enviar um comentário